terça-feira, 29 de março de 2011

O ESCUTISMO DE BADEN-POWELL

O ESCUTISMO DE BADEN-POWELL            
Para compreendermos perfeitamente o escutismo, precisamos de saber alguma coisa a respeito do homem que o fundou, um dos mais genuínos «homens rapazes» que tem havido, Lord Baden-Powell de Gilwell, Chefe Mundial do Escutismo, conhecido carinhosamente entre todos os Escuteiros por B.-P.
  Robert Stephenson Smyth Baden-Powell nasceu em Londres, Inglaterra, a 22 de Fevereiro de 1857. Seu pai foi o reverendo H. G. Baden-Powell, professor em Oxford. Sua mãe era filha do almirante inglês W. T. Smyth. Seu bisavô Joseph Brewer Smyth, fora para a América como colono de New Jersey, mas voltara para Inglaterra e naufragara a caminho da pátria. Baden-Powell era assim descendente de um pastor, por um lado, e de um colono aventureiro do novo mundo, por outro.
B.-P. em rapaz. Quando tinha três anos, morreu-lhe o pai, ficando a sua mãe com sete filhos de menos de catorze anos de idade. A família teve frequentemente de lutar  com dificuldades, mas o amor mútuo de mãe e filhos sempre os levou a vencêlas. Robert levou uma vida de ar livre esplêndida com os seus próprios irmãos, fazendo excursões e acampando com eles em muitas partes de Inglaterra.
Em 1870 Baden-Powell entrou para a escola da Cartuxa, em Londres, com uma bolsa de estudos. Não foi um estudante que se distinguisse muito, mas foi um dos mais animados. Desempenhava sempre parte activa em tudo quanto se passava no recreio e despessa se tornou conhecido pela sua habilidade de guarda-redes do grupo de futebol da Cartuxa. A sua habilidade dramática era muito apreciada pelos seus colegas. Sempre que o convidavam organizava um espéctaculo que fazia rebentar de riso toda a escola. Tinha também vocação para a música, e o dom que possuía para o desenho permitiu-lhe mais tarde ilustrar os seus próprios escritos.
B.-P. na Índia. Aos 19 anos B.-P. terminou os estudos na Cartuxa e imediatamente aceitou a oferta de ir para a Índia como alferes de um regimento que formara a ala direita da cavalaria, na célebre carga da Brigada Ligeira, na Guerra da Crimeia.
Além de prestar excelentes serviços militares, era capitão aos 26 anos de idade, alcançou os prémios de desportos mais ambicionados em toda a Índia, o da caça ao javali, caça a cavalo com uma lança curta por única arma. Compreende-se o perigo deste desporto, quando se sabe que o javali é muitas vezes mencionado como sendo  «o único animal que se atreve a beber no mesmo bebedouro que o tigre».
As Guerras em África. Em 1887 encontramos B.-P. em África a tomar parte nas campanhas contra os Zulos, e mais tarde contra as ferozes tribos dos guerreiros  Achantis e dos selvagens Matabeles. Os indígenas tinham-lhe tanto medo, que lhe deram o nome de «Impisa», o «Lobo que não dorme», por causa da sua audácia, da sua habilidade de explorador e da sua espantosa perícia em seguir pistas.
As promoções de Baden-Powell eram quase automáticas, tão regularmente se sucediam, até que, de repente, se tornou célebre.
Estava-se no ano de 1899 e B.-P. era já coronel. Era grande a efervescência na África do Sul. As relações entre ingleses e o governo da república do Transval tinham chegado ao ponto de romper-se. Baden-Powell recebeu ordens para organizar dois batalhões de carabineiros montados e dirigir-se a Mafeking, cidade no coração do Sul de África. «Quem possuir Mafeking tem na mão as rédeas da África do Sul», era dito corrente entre os indígenas, que se viu ser verdadeiro.
O cerco de Mafeking. Veio a guerra e, durante 217 dias, desde 13 de Outubro de 1899, B.-P. defendeu Mafeking resistindo ao cerco contra forças inimigas muito superiores, até que, finalmente, lhe chegaram reforços no dia 18 de Maio de 1900.
A Grã-Bretanha estivera em suspenso durante estes longos meses. Quando finalmente chegou a notícia. «Mafeking foi socorrida», ficou louca de alegria. Se se procurar no dicionário a palavra Mafeking encontram-se duas palavras que nesse dia de júbilo se formaram do nome da cidade africana: «Maffick» e «Maffication» - que significam «celebração tumultuosa».
B.-P., elevado agora ao posto de major-general, achou-se convertido em herói aos olhos dos seus compatriotas.
Nasce o Escutismo. Foi como herói de homens e de rapazes que em 1901 regressou de África do Sul à Inglaterra, para ser cumulado de honrarias e para descobrir, com grande espanto seu, que a sua popularidade pessoal se estendera ao seu livro Aids to Scouting, destinado ao exército. Estava a ser usado como livro de texto nas escolas masculinas.
B.-P. viu nisto um chamamento especial. Compreendeu que tinha agora excelente ocasião para ajudar os rapazes da sua pátria a converterem-se em jovens fortes. Se um livro sobre exploração destinado a homens havia atraído tanto os rapazes, quanto mais os atrairia um livro escrito para eles.
   Pôs mãos à obra, aproveitando as suas experiências na Índia e em África, entre os Zulus e outras tribos. Reuniu uma biblioteca especial de livros, que leu, a respeito da educação dos rapazes através dos tempos, desde os espartanos, antigos bretões, peles vermelhas, até aos nossos dias.
Lenta e cuidadosamente B.-P. foi desenvolvendo a ideia do Escutismo. Para ter a certeza de que daria resultado, no Verão de 1907 levou consigo um grupo de vinte rapazes para a Ilha de Brownsea, no Canal Inglês, para realizar o primeiro acampamento escutista de todos os tempos. Este acampamento foi um grande êxito.    
“Escutismo para Rapazes”.  E a seguir, nos primeiros meses de 1908, publicou em seis prestações quizenais, ilustradas por ele próprio, o seu manual de instrução, o Escutismo para Rapazes, sem sequer sonhar que este livro ia desencadear um movimento que havia de afectar os rapazes do mundo inteiro.
    Logo que Escutismo para Rapazes começara a aparecer nas livrarias e nos quiosques, começaram a surgir patrulhas e grupos escutistas, não apenas em Inglaterra, mas em muitos outros países.
A Segunda Vida de B.-P.  A obra cresceu cada vez mais e, em 1910, tomara já tais proporções que B.-P. compreendeu que o Escutismo ia ser a obra da sua vida. Teve a visão e a fé de reconhecer que poderia fazer mais em prol do seu país educando as novas gerações, para darem bons cidadãos, do que instruindo alguns homens para serem bons soldados.
Por isso abandonou o exército, onde atingira o grau de tenente-general, e embarcou na sua segunda vida, como ele lhe chamava vida de serviço para o mundo por meio do Escutismo.
A sua recompensa teve-a na expansão do Escutismo e no  amor e no respeito dos rapazes de todo o mundo.
Fraternidade Mundial. Em 1912 empreendeu uma viagem à volta do mundo para visitar os Escuteiros de muitos países. Foi este o primeiro começo da fraternidade mundial escutista. A primeira Grande Guerra estalou e entravou a obra por algum tempo; esta, porém, recomeçou no fim das hostilidades, e em 1920 reuniram-se em Londres, vindos de todas as partes do mundo, muitos Escuteiros para formarem a primeira reunião internacional escutista, o primeiro Jamboree Mundial.
Na última noite desse Jamboree, em 6 de Agosto, B.-P. foi proclamado Escuteiro Chefe Mundial pela multidão de rapazes que o aclamavam.
O Movimento Escutista continuou a desenvolver-se. No dia em que fez 21 anos e atingiu a maioridade, contava mais de dois milhões de membros em praticamente todos os países civilizados da Terra. Nessa ocasião B.-P. recebeu do seu rei, Jorge V, a honra do baronato com o nome de Lord Baden-Powell of Gilwell... Todavia, para os Escuteiros, ele será sempre: «B.-P., Escuteiro Chefe Mundial».
O primeiro Jamboree mundial foi seguido de outros em 1924 na Dinamarca, em 1929 em Inglaterra, em 1933 na Hungria, em 1937 na Holanda. Em cada um destes Jamborees Baden-Powell foi a figura principal, sempre saudado ruidosamente pelos seus rapazes, onde quer que aparecesse.
Mas os Jamborees foram apenas parte do seu esforço para constituir a Fratenidade Mundial do Escutismo. B.-P. viajou muito em prol do Escutismo, correspondia-se com os dirigentes escutistas de muitos países e continuava a escrever sobre assuntos escutistas, ilustrando os seus livros e artigos com os seus próprios desenhos.
Os últimos anos de B.-P.  Quando finalmente, chegado aos 80 anos, as forças lhe começaram a faltar, voltou para a sua terra amada em companhia de sua esposa, Lady Baden-Powell, que fora colaboradora entusiástica de todos os seus trabalhos e que, além disso, era Chefe das Guias, obra também criada por Baden-Powell.
Instalaram-se no Quénia, num lugar tranquilo, com uma magnífica perspectiva de milhas de florestas e montanhas cobertas de neve.
Aí faleceu B.-P. a 8 de Janeiro de 1941, pouco mais de um mês antes de completar 84 anos.
A realidade do Escutismo de Hoje. O Escutismo continuou a crescer e a expandir-se para todos os pontos do globo. Hoje, somos mais de 25 milhões de Escuteiros, distribuídos por 237 países e territórios, o maior movimento de juventude a nível mundial e o único cuja finalidade é objectivamente implementar e desenvolver um Projecto Educativo junto dos jovens.
      Em Portugal, no C. N. E. Somos aproximadamente 70.000, estamos divididos em por 20 Regiões, cujos limites correspondem ás 20 Dioceses do País. 
 As pontencialidades do Escutismo. Apesar dos quase cem anos de existência o escutismo continua a responder aos problemas do nosso tempo, pese as grandes transformações operadas em todo este tempo. O Escutismo oferece aos jovens, um espaço de liberdade e de criatividade onde cada jovem é um agente activo do seu próprio crescimento. O Escutismo desenvolve o desejo natural de ser útil a alguém ou a alguma coisa. Isso permite ao jovem encontrar o seu lugar e perceber que pode mudar qualquer coisa no mundo.
É Missão do Escutismo, contribuir para a educação dos jovens, partindo de um sistema de valores enunciados na Lei, na Promessa e nos Princípios, como consta do documento da Organização Mundial para o Movimento Escutista e da Carta do C. N. E.

Bibliografia:
·         Escutismo para rapazes.
·         Baden Powell Hoje.
·         Baden Powell Cidadão do Mundo.

Vida de B. P.

quarta-feira, 16 de março de 2011

História de Baden Powell

FORMAÇÃO DE ADULTOS – MÉTODO ESCUTISTA

É essencial a formação de adultos no escutismo, um movimento muito importante na formação da criança, jovens e jovens adultos, pois cada vez mais o tempo deles é cada vez menor e o “direito a brincar”, quase não existe, o que prejudica o seu desenvolvimento integral. As suas capacidades potenciais estão repletas de objectivos. São os objectivos do desenvolvimento intelectual, o físico, o mental, o emocional e social, são meios de fazer homens para o trabalho e para a sociedade mas não, para serem felizes.
É preciso uma mudança de valores e comportamentos perante a indiferença de todos nós numa sociedade cada vez mais consumista, onde o Jogo Escutista não tem lugar mas, cada vez faz mais falta. Brincar, jogar é issencial para o crescismento das crianças, jovens e jovens adultos.
Formar adultos sensibilizados para a Formação e Educação para a Cidadania e para os Valores. Preparados pedagogicamente na autonomia e na organização de actividades de sede e vida ao ar livre para beneficio do desenvolvimento integral de todos.
Formar adultos no contexto pedagógico e criar conceitos de trabalho na vida ao ar livre. Capazes de criar projectos pedagógicos e comunitários, como instrumento de trabalho e de desenvolvimento. Uma relação pedagógica. Estilos  de comunicação e de abordagem ao conflito.
Adultos com identidade própria e voluntária. Uma identidade de intrega total aos conceitos inerentes ao voluntário (trabalho, moral, direito, ética e deontologia).
Formar adultos capazes de motivar as crianças, jovens e jovens adultos nas estratégias de aprendizagem, na exploração de actividades práticas. Aplicar métodos de aprendizagem com estratégias que possibilitem etapas de revisão, elaboração e organização. Capazes de avaliar e levar os outros “a saber” avaliar projectos individuais e colectivos.
 Esta é a forma de formar e avaliar adultos para aplicar o Método Escutista.